segunda-feira, 1 de junho de 2009

A escola Bauhaus

“A Bauhaus surge no inicio do século XX como resultado da fusão da academia de belas artes de Weimar (Weimar Hochschule für bildende Kunst) com uma escola de artes e ofícios – a Kunstgewerbeschule –, que havia sido dirigida pelo pintor e designer belga Henry van de Velde (1863-1957).

O nome da nova instituição de ensino – Casa da construção – remete-se às Buhütten medievais (corporações de artesãos), demonstrando o desejo de Walter Gropius, seu fundador, de criar ali um ambiente educacional diferenciado: democrático, baseado em um espírito de trabalho comunitário, integrado à indústria. Esse objetivo da Bauhaus também foi compartilhado por outras academias, onde prevalecia o distanciamento do ensino artístico.

Graças à união de forças, à atuação e ao entusiasmo de artistas e arquitetos da vanguarda européia, pedagogos e idealistas, a Bauhaus desenvolveu um programa de ensino avançado, que pretendia sintonizar-se com as perspectivas de desenvolvimento social, econômico e tecnológico de sua época, sem perder de vista o fator qualitativo que envolve os processos criativos.

A Bauhaus, segundo Argan, baseava-se na “ tese fundamental da indispensável substituição da concentração do valor estético numa categoria privilegiada de bens (as obras de arte) por uma experiência estética difundida pelo projeto urbanista-construtivo-industrial’.

Essa democratização da arte, por meio as sua aplicação na produção industrial, requeria completa modificação na formação artística, exigindo novas concepções de ensino. Entre essas alterações estavam a participação dos artistas em atividades ligadas ao design e a implantação de oficinas de produção no processo educativo, que, em ultima instância, tinham o objetivo de integrar a arte, artesanato, desenho industrial e construção.

Rainer Wick mostra como a “orientação da produção estética segundo as necessidades de uma faixa mais ampla da população e não exclusivamente segundo a demanda de uns poucos privilegiados social e economicamente”, representava uma síntese social, que por sua vez unia a outro objetivo as Bauhaus: a síntese estética – a integração de todos os gêneros artísticos numa linguagem sem fronteiras. O objetivo de Gropius em 1919 era “reunir aqui [na Bauhaus] uma pequena comunidade, através da quebra do isolamento de cada um”, uma comunidade que passaria a ser a célula-mãe de uma nova ordem social, mais humana, mais justa socialmente, e baseada no conceito da harmonia.

Neste ambiente, o ensino da cor foi concebido paralelamente ao ensino da forma. A criação desse novo conteúdo didático surge como tentativa de isolar os elementos básicos da composição, procurando oferecer aos alunos as ferramentas para uma linguagem universal. Uma linguagem que servisse aos novos objetivos da vida moderna.

[...]

Fundada em 1919, a Bauhaus manteve-se por catorze anos na Alemanha, até ser extinta pelo governo nazista em 1933, quando as obras de seus mestres e alunos foram consideradas arte degenerada e bolchevista pela política cultural do partido.

Ao ser extinta na Alemanha, seus colaboradores refugiaram-se em outros países da Europa e nos Estados Unidos, disseminando suas idéias avançadas em outras instituições de ensino.”



Lilian Miller Barros, A cor no processo criativo: um estudo sobre a bauhaus e a teoria de Goethe, cit., pp. 27-31

quinta-feira, 21 de maio de 2009

BauhausDessau X Fábrica Fagus


Tndo como base comparativa o edifício da Bauhaus de Dessau, comparamos o projeto a outros edifícios importantes na carreira de Gropius. Se colocarmos a Fabrica Fagus (1910 – 1914) ao lado da Bauhaus, conseguimos notar facilmente as semelhanças de suas fachadas. São projetos dotados uma transparência que expõe o que se passa dentro da edificação. No caso da Fábrica percebemos uma mudança no aspecto construtivo da época, quebrando a força perceptível em edificações que de formato retangular, que usam as suas arestas como pontos estruturais, e Gropius conseguiu inovar trocando pilares rígidos de concreto em concreto armado pelo encontro de duas planos frágeis em vidro.
Quanto ao bloco principal em conjunto, tudo é novo e cheio de idéias revolucionárias: é a primeira vez que uma fachada é inteiramente recoberta de vidro; os pilares são reduzidos a estreitas colunas de aço; as esquinas não tinham qualquer suporte.
Outra característica importante do edifício é, graças ao novo tratamento do vidro e do aço, o desaparecimento da habitual distinção entre o interior e o exterior da edificação. A luz e o ar passam a circular o interior da fábrica passando a ser parte do grande universo do espaço exterior.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Artigo


A Bauhaus congregou importantes criadores de vanguarda, que fixaram algumas diretrizes estéticas que iriam prevalecer em todo o mundo durante o século XX.

Em 1919, o arquiteto alemão Walter Gropius integrou duas escolas existentes na cidade de Weimar, a Escola de Artes e Ofícios, do belga Henri van de Velde, e a de Belas-Artes, do alemão Hermann Muthesius, e fundou uma nova escola de arquitetura e desenho a que deu o nome de Staatliches Bauhaus (Casa Estatal de Construção), com sede em um edifício construído em 1905 por Van de Velde.

As origens mais remotas da Bauhaus provêm do movimento Arts and Crafts, do inglês William Morris, que procurou restabelecer a dignidade medieval do artesanato e do artesão. Todavia, o ensino da Bauhaus opunha-se às concepções de Morris, contrárias à revolução tecnológica e à produção em série. Também não agradava a Gropius o estilo art nouveau, devido a seu caráter decorativo e esteticista. A ascendência mais próxima da Bauhaus está na associação Deutscher Werkbund, fundada em 1907 por Hermann Muthesius para incentivar as relações entre os artistas modernos, os artesãos qualificados e a indústria. Muthesius desejava criar o que chamava de Maschinenstil (estilo da máquina). Gropius, que foi membro da Werkbund, materializou esse objetivo, em grande parte, na Bauhaus.

A Bauhaus combatia a arte pela arte e estimulava a livre criação com a finalidade de ressaltar a personalidade do homem. Mais importante que formar um profissional, segundo Gropius, era formar homens ligados aos fenômenos culturais e sociais mais expressivos do mundo moderno. Por isso, entre professores e alunos havia liberdade de criação, mas dentro de convicções filosóficas comuns. O ensino era suficientemente elástico, com a participação, na pesquisa conjunta, de artistas, mestres de oficinas e alunos. Para Gropius, a unidade arquitetônica só podia ser obtida pela tarefa coletiva, que incluía os mais diferentes tipos de criação, como a pintura, a música, a dança, a fotografia e o teatro. De tal maneira a filosofia da Bauhaus impregnou seus membros que sem demora se definiu um estilo em seus produtos despidos de ornamentos, funcionais e econômicos, cujos protótipos saíam de suas oficinas para a execução em série na indústria. O estilo Bauhaus era fruto do pensamento dos professores, recrutados, sem discriminação de nacionalidade, entre membros dos movimentos abstrato e cubista. Ao iniciar a Bauhaus, Gropius apoiou-se principalmente em três mestres: o pintor americano Lyonel Feininger, o escultor e gravador alemão Gerhard Marcks e o pintor suíço Johannes Itten. A eles se juntaram depois artistas da categoria de Oskar Schlemmer, Paul Klee, Wassili Kandinski, László Moholy-Nagy e Ludwig Mies van der Rohe. Em 1925, Josef Albers e Marcel Breuer passaram a fazer parte do grupo.

Ameaçada de dissolução pela forte oposição dos conservadores a suas inovações, a escola mudou-se em 1925 para Dessau, onde ficou até o advento do nazismo. Para abrigá-la, Gropius projetou e construiu um conjunto de prédios que eram, em si mesmos, um manifesto de arquitetura moderna e uma das mais extraordinárias obras da década de 1920.

As atividades da Bauhaus intensificaram-se em Dessau com o lançamento de publicações e a organização de exposições. Uma clara mentalidade racionalista presidia à elaboração dos projetos. Em 1928, Gropius passou o cargo de diretor ao suíço Hannes Meyer, abandonando a escola, já então consolidada, junto com Moholy-Nagy e Breuer. A nova direção deu realce ainda maior à arquitetura e assistiu à chegada das influências do construtivismo russo. Em 1930, Meyer, cuja postura esquerdista não era bem vista pelas autoridades, foi substituído pelo arquiteto alemão Mies van der Rohe. Este reorganizou a escola e deu-lhe um novo impulso.

Em 1932, com a chegada dos nazistas ao poder em Dessau, a Bauhaus se transferiu para Berlim, onde continuou a funcionar até seu fechamento definitivo em 1933. As possibilidades da vanguarda alemã, com isso, se fecharam também, mas o ensino inovador da Bauhaus já havia se difundido a essa altura nos principais centros de arte. Tal difusão tornou-se ainda maior quando os grandes mestres da escola, devido às perseguições nazistas, passaram a emigrar, principalmente para os Estados Unidos e a Inglaterra.

Em 1928, Sandor Bortink fundou em Budapest o Mühely, também chamado Bauhaus de Budapeste, que existiu até 1938. Em 1933, Josef Albers instalou um departamento do tipo Bauhaus no Black Mountain College (Carolina do Norte, Estados Unidos) e depois na Universidade de Harvard. Em 1937, Moholy-Nagy criou em Chicago a New Bauhaus, mais tarde incorporada ao MIT (Massachusetts Institute of Technology). Gropius passou a lecionar em Harvard e Mies van der Rohe tornou-se um dos principais arquitetos da remodelação de Chicago. Em 1950 inaugurou-se em Ulm, na Alemanha, a Hochschule für Gestaltung (Escola Superior da Forma), dirigida por Max Bill, ex-aluno da Bauhaus de Dessau. A essa última instituição, em especial, coube dar seguimento programático às formulações da antiga Bauhaus -- uma escola que se integrou perfeitamente no contexto da civilização do século XX para dar-lhe uma visualidade própria.


*Fonte: Enciclopédia Barsa


terça-feira, 12 de maio de 2009

Três sedes, três diretores, três fases.

Sede de Weimas


Em 1919 a primeira sede da Bauhaus foi fundada por Gropius na cidade e Weimar, sendo resultado de junção de duas escolas: a Escola de Artes Plásticas com a Kunstgewerberschule. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, Gropius aderiu as idéias de inúmeros intelectuais da época na definição de uma nova era, um momento de mudanças. Assim, contribuiu com uma nova metodologia de ensino quebrando as barreiras entre o artístico e o prático, importando essa nova fórmula de ensino para o sistema industrial que imperava desde o final do século XIX com o desenvolvimento do processo de produção em massa.


Sede de Dessau


Por desacordos com as novas autoridades nacionalistas, em 1925 a Bauhaus foi transferida para Dessau. Para isso Walter Gropius projeta um novo edifício para a escola que sintetiza o significado do movimento moderno em 1920.Com umas nova equipe de professores: Bayer na tipografia, Josef Alber no curso básico, Narcel Breuer no mobiliário, e Gunta Stölzl na oficina de tapeçaria e Hanne Meyer, grande representante do movimento moderno, passa a comandar o novo departamento de arquitetura. Devido a quebra do desacordo com as autoridades socio-democratas, vários importantes professores e o próprio Gropius abandonam a escola e Hannes Meyer, alimentado por idéias Marxistas, torna-se o novo diretor da Bauhaus de 1928 à 1930.

Sede de Berlim

Opostas aos ideais esquerdistas de Meyer, o crescimento político de direita força a saída do então diretor da Bauhaus. Assim, transferido-a para Berlim em fulga das ameaças nazistas ao poder da escola em Dessau, a Bauhaus torna-se uma empresa privada no comando de mies Van der Roeh em 1932, passando a funcionar por mais um ano. Mas em 1933 foi definitivamente decretado seu fechamento devido a preção dos nazistas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009





Walter Gropius, arquiteto que dirigiu a Bauhaus, não tinha como objetivo impor aos aprendizes de sua escola um estilo moderno, mas sim um método de aprendizagem que permitisse tratar qualquer quer for o problema de acordo com as suas peculiaridades. O arquiteto queria que seus ensinamentos despertassem nos jovens arquitetos a capacidade de obter soluções arquitetônicas originais que partissem de idéias próprias e independentes das circunstâncias.

Assim, Gropius destaca que não queria aplicar diretamente suas técnicas para seus alunos da Bauhaus, pois seu interesse principal era integrar suas experiências e métodos de apreensão na sua metodologia de ensino. Segundo o arquiteto fundador da Bauhaus, é possível em um pequeno intervalo de tempo apropriar-se de técnicas e truques, mas consiste em uma fixação superficial e insatisfatória, que em situações indiferentes o estudante não estará preparado para solucioná-las.

Quando tratamos do modernismo como movimento arquitetônico automaticamente nós relacionamos com a idéia de racionalização e mecanização. Sempre dando prioridade a funcionalidade e a técnica aplicada. Gropius destaca que a profissão de arquiteto se torna complexa por ter que harmonizar as funções técnicas e práticas a proporcionalidade da forma das edificações. Para ele a boa arquitetura deve refletir a vida da época e para isso se exige o conhecimento intimo das questões biológicas, sociais, técnicas e artísticas.

Técnica X Arte


Para que nós possamos entender em detalhes o que foi realmente a Bauhaus, temos inicialmente compreender qual foi o seu principal objetivo quanto escola.
No final do século XIX o mundo passava por um processo intenso de industrialização, caracterizado pela fabricação de produtos em larga escala que pensava-se somente na maneira que seria executado um indeterminado produto marcado pela frieza da produção série que impossibilitava alguma a idéia de projetos criativos.
Para o sistema industrial, não era vantajosa a inserção da arte no processo produtivo. Com o surgimento da máquina racionava-se o artístico e explorava-se somente o técnico, assim adotando materiais de baixa qualidade na fabricação em larga escala, sendo assim, incompatível a união desses dois fatores. Esse fato sintetiza o verdadeiro objetivo da Bauhaus que era formar profissionais que fossem diferenciados, que ousassem do que se diz criativo, projetado-o voltado para uma produção auxiliado pela máquina.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Bauhau, ideal modernista.


O que foi a Bauhaus?
Foi uma escola de arte, arquitetura, artesanato, design, teatro, tipografia e pintura que serviu como uma espécie de vitrine modernista para o mundo.